O que é IA e por que toda criança e adolescente deveria entender isso desde cedo?

Antes da internet, eram as enciclopédias a principal ferramenta de pesquisas e estudos. Na virada dos anos 2000, o Google assumiu esse papel, revolucionando a forma de pesquisar informações. Agora, a Inteligência Artificial (IA) ocupa essa função: responde em segundos, dialoga e até cria textos, imagens e códigos. Mas essa transição abre um novo desafio para pais e educadores: preparar crianças e adolescentes para entender essa tecnologia e como usá-la.

A IA é uma tecnologia voltada para a resolução de problemas, presente em diversas áreas do cotidiano. Vai além dos assistentes virtuais, movimenta sistemas de recomendação no YouTube, define algoritmos de redes sociais, auxilia no diagnóstico médico e já está inserida em ambientes escolares. 

De acordo com o Pew Research Center em 2024, um em cada quatro adolescentes norte-americanos usa IA em tarefas escolares, o dobro em relação a 2023. No Brasil, pesquisa do Cetic.br revela que 93% dos jovens de 9 a 17 anos estão conectados, mas apenas 55% conseguem avaliar a confiabilidade das informações que encontram online.

Educar para além do algoritmo

Em tempos de desinformação e fake news, o descompasso entre acesso e uso crítico da tecnologia preocupa. Para Claudia Malheiros, supervisora da Escola de Tecnologia do ICBEU Manaus, a Maker School, o grande desafio para os educadores, agora, é ensinar a nova geração a como usar essa ferramenta de maneira ética, produtiva e criativa.

“A IA vai ser essa ferramenta para as próximas gerações, independente da idade. A máquina nunca vai dar uma resposta que está na mente humana. Temos que ensinar nossos alunos a serem curiosos, a questionarem, a interpretarem dados e a irem além do que o algoritmo entrega. Só assim conseguiremos formar cidadãos capazes de usar a tecnologia de maneira ética, produtiva e criativa”, afirma Malheiros.

Supervisora da Escola de Tecnologia do ICBEU Manaus, Cláudia Malheiros (Divulgação)

À Folha de São Paulo, Sal Khan, fundador da Khan Academy e pioneiro no uso de inteligência artificial em plataformas de ensino, afirmou que a tecnologia não faz mágica no aprendizado.

A IA está apenas dando condições para que os alunos possam praticar mais de acordo com o que estão aprendendo. O desenvolvimento de qualquer habilidade, em qualquer área do conhecimento, acontece com a prática constante”, afirma Khan.

Ética, reflexão e desenvolvimento crítico

Em 2023, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) publicou diretrizes para o uso de IA generativa em sala de aula, alertando para três pontos fundamentais: formação docente, ética e privacidade e o uso pedagógico. 

No Brasil, iniciativas como os cursos da Escola de Tecnologia do ICBEU Manaus já seguem essa linha. “Nós incentivamos os alunos a criarem projetos com IA, mas sempre com reflexão ética. Eles aprendem a testar, verificar e corrigir o que a ferramenta entrega”, explica Malheiros.

Sem supervisão, os alunos podem utilizar a IA como um atalho negativo. Pulando etapas, copiando respostas prontas e sem investigação dos fatos, os alunos podem cair no caminho da desinformação, criando e se envolvendo em problemas.

Em oposição a essa perspectiva, os cursos de tecnologia da Maker School prezam pela cultura de fazer os alunos botarem a mão na massa e proporcionam experiências de aprendizagem que despertam o potencial crítico e criativo dos estudantes. 

Letramento digital é novo dever de casa

Nos cursos de Criação de Jogos, Programação de Apps, Robótica e Informática para Empregabilidade, por exemplo, os alunos desenvolvem o conhecimento por meio do pensamento crítico, liderança, colaboração e empreendedorismo em um ambiente moderno com estrutura de última geração. 

De acordo com o professor Junior Codi, os alunos descobrem e exploram oportunidades valiosas “como gerar ideias para o início de um projeto, ampliar o acesso à informação e apoiar práticas personalizadas de estudo”, disse.

Professor Junior Codi (Divulgação)

“Nos esforçamos para mostrar que a tecnologia não substitui a reflexão e a criatividade humanas, e sim pode potencializá-las quando usada de forma ética e responsável com o processo de aprendizagem”, completa Codi.

Ao preparar crianças e adolescentes para entenderem o que é e como funciona a Inteligência Artificial, escolas e famílias cumprem um papel essencial: garantir que as próximas gerações não seja apenas usuária, mas também crítica e criadora das tecnologias para o futuro.

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